Apressa-te, ou serás Constantinopla sem turco.

Quem dera eu dividir os segundos juntos a ti, apenas para o tempo dobrar e eu não precisar ir embora cedo, por mais tarde que seja. Quem dera eu passar uma infinidade de tempo só observando teus trejeitos. Quem dera eu poder ficar contigo sem que me pedisse para partir. Quem dera eu inventar maneiras de me prender em teu sorriso. Quem dera eu poder cuidar de ti. Quem dera eu ser tua.

Quando as nuvens decidem dar lugar ao sol, nada impede de sairmos aproveitando o dia, por mais que este apareça na restinga da tarde. Mudanças são mais significativas quando súbitas, um dia pode ser capaz de mudar toda uma afinidade. Nenhum tempo é suficiente para conservar uma relação, seja conjugal ou fraterna.

Algo que eu tenho e que terceiros nunca terão: tudo a ver contigo.

Eis que faço da dor algo lindo, eis que faço do amor algo sólido, eis que faço do sentimento algo puro, eis que faço da eternidade algo real.

Não é mera coincidência encontrares pessoas, não é! Não é acaso teres momentos felizes, não é! Não é inusitado tudo sair perfeito no momento errado, não é! Como saberei o que fazer, se sinto que minha bolha é de sabão? Como saberei? Como entenderei onde chegar, se o vento leva minha bolha até as nuvens? Como entenderei? Como descobrirei como estourar essa bolha, se minhas unhas estão gastas de tanto arranhar minha alma? Como descansarei? Como prosseguirei? Como viverei sem esse equivoco? Sem esse erro? Como sossegarei, se nada me faz descer? Basta lua, nuvens e estrelas... Deixem o sol raiar!

Conseguimos usufruir tão singela parte de nossa capacidade, que nem notamos detalhes importantes que deixamos passar. Sentimos tanta raiva de tudo, que nem notamos o quanto somos iguais, e continuamos cometendo os mesmos erros por acharmos que não existe perfeição maior que nós mesmos. 

Potencializar o ego, aquele que pode nos enterrar, ou nos erguer. É tudo o que não conseguimos equilibrar, o que não colabora, sempre atrasado, sempre pecando, sempre cansando nossas metas, que são fáceis de traçar, difíceis de alcançar, e impossíveis de desistir. 

Reflexos, somos reflexos de grandes esteriótipos. Somos cópias mal-feitas de uma grande máquina que designa padrões, somos pouco e nada, mero resto de seres que tem um pequeno canto no mundo. Somos fardos, nossos e de outros. Somos carnais, das mais puritanas intenções até as mais imprudentes, temos gana, orgulho e pretensão. Queremos tudo, mas temos pouco, talvez nada.